Lula em Brasília e as vacinas vencidas no Ministério da Saúde
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🔸 Depois dos dois gols que marcou na estreia do Brasil na Copa do Mundo, Richarlison entra em campo hoje, às 13h, no jogo da seleção contra a Suíça, como o novo queridinho da torcida brasileira. O atacante de 25 anos tem as características comuns ao perfil de um ídolo nacional, dizem especialistas ouvidos pelo Nexo. Além de carismático e defensor de causas sociais, a conduta do Pombo, como ficou conhecido, contrasta com a de Neymar, visto como exibicionista ou arrogante. “Richarlison é um oásis de simplicidade em tempos de globalização”, afirma Celso Unzelte, jornalista esportivo do canal de TV ESPN.
🔸 Caso vença a partida, o Brasil chega a seis pontos e tem encaminhada a classificação para as oitavas de final. O Esporte News Mundo faz um retrospecto das disputas com a Suíça: o confronto é bastante equilibrado, com uma leve vantagem brasileira – até hoje, foram três vitórias, quatro empates e duas derrotas.
🔸 Com dificuldade na articulação com o Congresso em torno da PEC da Transição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma semana decisiva para os rumos de seu governo. Ele desembarca hoje em Brasília com a missão de destravar as negociações em torno da Proposta de Emenda à Constituição que pretende retirar o Bolsa Família do teto de gastos. Lula também sofrerá pressão para indicar um nome para o Ministério da Fazenda. A CartaCapital detalha os nós da PEC e lembra que Fernando Haddad é o “plano A” do presidente eleito.
🔸 Remédios e vacinas vencidos nos estoques do Ministério da Saúde podem somar um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões. O Meio revela que a estimativa foi feita pela equipe de transição a partir de relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), entregue ao time na semana passada. O ministério, por sua vez, afirma que a estimativa é falsa, mas não fala sobre a condição de seus estoques. "Quando a gente pergunta, eles alegam que a informação é sigilosa porque existe o risco de laboratórios e empresas usarem esses dados para extorquir o ministério, explorar o governo”, disse um membro do grupo à reportagem.
🔸 Falando em saúde… Além de a área receber em 2023 o menor orçamento dos últimos dez anos, outros desafios do setor aguardam o novo governo. As baixas coberturas vacinais estão entre os principais pontos. Será preciso reverter o negacionismo apregoado no governo Bolsonaro e realizar campanhas massivas de vacinação. Mas o grupo de transição da saúde enxerga um problema pior: o risco de falta de imunizantes em 2023. O Metrópoles lista outros desafios.
📮 Outras histórias
Mais um dia, mais uma operação. Os moradores do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, acordaram na última sexta-feira (25) em cenário de guerra, com helicópteros e caveirão na comunidade. Segundo o Voz das Comunidades, houve troca de tiros desde as quatro horas da manhã, e 40 escolas e uma unidade de saúde fecharam as portas durante a operação na região. O jovem Renan Lemos, 24 anos, morreu, mas a Delegacia de Homicídios não realizou o processo legal de perícia e, como a Defesa Civil não retirou o corpo do local, a família do rapaz o conduziu em um carrinho de mão até a avenida Brasil. De acordo com o Maré de Notícias, oito mortes foram confirmadas até o início da noite de sexta-feira.
O lar de idosos Residencial Bem Viver, em Novo Hamburgo (RS), foi denunciado por coagir residentes a votar no atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito do dia 30 de outubro. O relato de um idoso, enviado ao Matinal, pela família afirma que a proprietária do lar, Josiane Ludvig, teria dito muitas vezes que o local fecharia em caso de vitória de Lula (PT). Contra a vontade da família, o senhor, que não quis ser identificado, revela que foi levado à seção eleitoral após uma insistência da gerente da casa geriátrica.
📌 Investigação
O Telegram se comprometeu com a Justiça brasileira a moderar o conteúdo extremista que circula na plataforma, mas as coisas não têm funcionado na prática. O Núcleo apurou a existência de pelo menos 46 canais neonazistas de fácil acesso. Quase metade dos grupos monitorados nasceram neste ano. É possível encontrar mensagens que falam sobre “matar”, “degolar” e “fuzilar” judeus, negros e outras minorias religiosas ou étnicas. A reportagem aponta ainda que muitos participantes se identificam como bolsonaristas ou cristãos “lutando pelo país”.
🍂 Meio ambiente
A retomada das demarcações de terra, a recomposição orçamentária dos órgãos indigenistas e a volta do trabalho de fiscalização e monitoramento das terras indígenas. Devem ser estas as prioridades do Ministério dos Povos Originários, uma pasta prometida pelo presidente eleito desde a campanha. Um “revogaço” de medidas e decretos do governo Bolsonaro também se faz urgente. O Joio e o Trigo aponta as prioridades do futuro ministério e conta que o grupo de indígenas da transição também pede a exoneração de servidores colocados na Funai no último governo – a começar pelo presidente do órgão, Marcelo Xavier.
A propósito: Joenia Wapichana (Rede-RR), primeira mulher indígena eleita para o Congresso, em 2018, está na equipe de transição e tem boas chances de ser escolhida para chefiar o novo ministério. Ela tem o apoio de Ailton Krenak e do xamã do povo Yanomami Davi Kopenawa. Em entrevista à Repórter Brasil, ela fala sobre o desafio de articulação que a pasta terá para se estruturar, explica o que vem sendo debatido na transição e aponta como o governo pode frear os garimpos ilegais. "É importante que seja estruturado já agora, desde a transição, para que realmente tenha funcionalidade. Não seja um ministério só de status. Para dizer: 'olha, tem ministro indígena'", afirma.
📙 Cultura
“Temos que nos perguntar por que o inimigo das fortunas, do grande capital, é o corpo da mulher ou as sexualidades desobedientes.” Nascida em Buenos Aires, a antropóloga Rita Laura Segato morou por quase 40 anos em Brasília, onde foi coautora da primeira proposta de cotas raciais na educação superior no Brasil. Aos 71 anos, seus livros acabam de ganhar edição em português. O Portal Catarinas conversa com Segato, que pretende voltar a viver no país depois de quatro anos fora.
Diante de uma história não tão distante em que a maternidade foi negada às mulheres negras, a artista baiana Luedji Luna descreve o processo que vivenciou ao se tornar mãe, como isso está presente em suas músicas e até mesmo como ela se transporta para a própria infância. O Lunetas entrevista a cantora. “Minha infância foi boa, com pai e mãe, primos, tios. Fui feliz. Fui muito protegida, bem cuidada e respeitada. Mas óbvio que como uma menina negra, atravessada pelo racismo, houve violência, bullying na escola, privações afetivas”, diz.
🎧 Podcast
A diversidade de povos indígenas no Brasil foi levantada pela primeira vez no Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados do mapeamento prévio deste ano revelam que, só na Bahia, há 134 localidades de povos originários espalhados por 39 municípios. No episódio “O grito da Batalha”, do podcast “Fatos & Vozes”, produção do Conquista Repórter, a advogada indígena Juliana de Oliveira Gonçalves reúne informações sobre a dizimação e ancestralidade apagada dos povos na região de Vitória da Conquista (BA).
👩🏽💻 Tecnologia
Nem todo texto que se encontra na internet foi escrito por uma pessoa. Isso porque já há uma série de inteligências artificiais (IAs) produzindo conteúdo de forma convincente. Na indústria da produção de conteúdo, o papel delas é criar textos a partir de outros disponíveis na web utilizando técnicas de SEO. O Manual do Usuário analisa essas tecnologias e o papel do neoliberalismo no processo.