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A carta de Lula aos evangélicos, o mercúrio no rio Tapajós e o refúgio de Ciro Gomes

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A carta de Lula aos evangélicos, o mercúrio no rio Tapajós e o refúgio de Ciro Gomes

Uma curadoria do melhor do jornalismo digital, produzido pelas associadas à Ajor. Novos ângulos para assuntos do dia

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Oct 20, 2022
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A carta de Lula aos evangélicos, o mercúrio no rio Tapajós e o refúgio de Ciro Gomes

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🔸 A 11 dias do segundo turno, o cenário eleitoral segue estável: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve 49% das intenções de voto, e Jair Bolsonaro (PL) oscilou um ponto e tem agora 45%, segundo o Datafolha. O BHAZ destaca que a rejeição de Bolsonaro segue mais alta que a de Lula: 50% dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum, e 46% declaram o mesmo em relação a Lula. 

🔸A aguardada carta de Lula aos evangélicos saiu ontem. No texto de 24 parágrafos, o petista relembrou que seu governo teve “o mais absoluto respeito pelas liberdades coletivas e individuais, particularmente pela liberdade religiosa” e se declarou “pessoalmente contra o aborto”, mas completou que se trata de um tema a ser decidido pelo Congresso Nacional. O Nexo lembra que a carta é uma tentativa de conquistar uma parcela do eleitorado na qual Bolsonaro tem ampla maioria. Enquanto isso, pastores dissidentes, que declaram apoio ao candidato do PT, sofrem represálias. A Agência Pública conversa com lideranças evangélicas de diversas denominações, que relatam casos envolvendo desde o afastamento de suas funções até ameaças de morte.

🔸 O TSE na cruzada contra as fake news. Em reunião com representantes de plataformas digitais, o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral, pediu medidas “mais duras” no combate às notícias falsas no segundo turno das eleições. A Corte quer acelerar a retirada das redes de postagens desse tipo de conteúdo. Segundo o Jota, Moraes também afirmou que será vedada a publicação de propaganda nas redes sociais 48 horas antes das eleições. O Núcleo Jornalismo resume em tópicos o que foi dito na reunião.

🔸 O governo pagou R$ 40 mil para transmitir ao vivo um discurso de Bolsonaro sobre ter presenciado menores venezuelanas, nas palavras dele, exploradas sexualmente numa comunidade do Distrito Federal. Ele fez o relato em maio, numa fala para representantes do setor de supermercados. O Aos Fatos revela que o evento foi transmitido ao vivo pela TV Brasil a um custo de R$ 40.294,82, pagos com dinheiro público. Na sexta-feira passada, em entrevista a um podcast, ele voltou a se referir ao episódio e disse que “pintou um clima” com as adolescentes. 

🔸 A propósito: depois da fala que levou a campanha petista a associar o presidente à pedofilia, a bancada do PT tentou acelerar na Câmara um projeto que classifica o ato como crime hediondo. A estratégia foi barrada pela base governista, como conta o Portal Terra.

🔸 De uma agência de modelos até uma empresa desentupidora: o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), eleito senador pelo Rio Grande do Sul, gastou R$ 736 mil na campanha com prestadores de serviços incompatíveis com as tarefas descritas nas notas fiscais que apresentou à Justiça eleitoral. Especialistas em lei eleitoral ouvidos pela reportagem do Sul21 dizem que a prática está “em completo desacordo” com as normas legais. Em pelo menos um caso, há indícios de tentativa de sonegação fiscal.

🔸 Onde está Ciro Gomes? No apartamento onde mora, na Praia de Iracema, em Fortaleza, o ex-presidenciável já não é visto há algum tempo. O ex-candidato do PDT tampouco dá as caras nas redes sociais. Rodrigo Rangel, colunista do Metrópoles, apurou onde está Ciro. A saber: ele não foi para Paris, como fez pós-eleições de 2018.

📮 Outras histórias

  • Grandes empresas e frigoríficos têm tido preferência no Rio Grande do Norte quando se trata da aquisição de carnes para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mesmo que os pequenos produtores tenham capacidade de suprir a demanda. Hortaliças, vegetais e frutas vêm dos pequenos produtores, mas os produtos de origem animal, não. Além de explicar por que isso ocorre, a Agência Bori elenca os benefícios que viriam com a compra de pequenos produtores.

  • “Entraram três homens na minha casa, eu sendo mulher e estando sozinha, fiquei desesperada, e um sendo do Bope e estando armado, o desespero aumentou ainda mais.” Foi assim que uma militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) acordou de um cochilo em seu quarto, em Florianópolis (SC). O Portal Catarinas ressalta que este não foi o único caso – outra militante do PCB também passou por uma situação similar – e revela que os policiais não prestaram explicações e não tinham mandatos.

📌 Investigação

  • “É raro uma publicação minha que não receba respostas de ódio lá [no Twitter]”, afirma Duda Salabert (PDT-MG), eleita como deputada federal em 2022. Ao lado de Erika Hilton (PSOL-SP), são as primeiras pessoas trans a ocuparem cadeiras na Câmara dos Deputados. A revista Azmina, por meio do MonitorA – observatório de violência política online que reúne o veículo, o Núcleo Jornalismo e o InternetLab –, aponta que as duas foram os principais alvos, mas outras candidaturas trans e travestis também receberam ataques de ódio, frequentemente utilizando a transfobia como método.

🍂 Meio ambiente

  • Seis em cada dez indígenas da etnia Munduruku, no Pará, apresentam níveis de mercúrio acima do limite máximo de segurança estabelecido por agências de saúde. O Projeto Colabora explica que a contaminação generalizada é causada pelo consumo de peixes dos rios inundados de mercúrio pelos garimpos do Rio Tapajós, que atravessa o território. "Hoje, eu sinto muito esquecimento e dor de cabeça. O corpo dói e a gente não pode ficar muito tempo trabalhando no sol. A visão também dói. E a gente sabe o que é. É do garimpo”, diz Aldira Akay Munduruku, 31 anos, cujo laudo indica nível de mercúrio de 8,9 – o índice entre 6 e 10 é considerado alto. Muitos indígenas registraram níveis ainda maiores, acima de 20.

  • Duas notícias ruins: a pomba-campestre vem sendo avistada no coração da Amazônia rondoniense. O lobo-guará também tem aparecido na região. O Eco detalha estudo segundo o qual o avanço do desmatamento na Amazônia tem criado ambiente propício para o estabelecimento da ave, cuja população explodiu no interior de São Paulo e do Paraná a partir de 1970, ao adaptar-se aos ambientes criados pela agricultura e pecuária. Quanto ao lobo-guará, o limite norte de sua ocorrência era a Amazônia, mas a ocupação humana nas bordas da floresta tropical, transformada em pasto e monocultura de grãos, tem propiciado a propagação da espécie cada vez mais para dentro do bioma.

📙 Cultura

  • A partir de especialistas com distintas percepções de mundo, o documentário “Sociedade do Medo”, de Adriana L. Dutra, busca entender como e por que o medo, enquanto instrumento de poder, tornou-se fabricado e até institucionalizado nas sociedades contemporâneas. O Farofafá mergulha nas diferenças entre os entrevistados no caminho de uma obra que não tem o objetivo de chegar a uma resposta única.

  • Como é ser mãe? O Nós, Mulheres da Periferia lista livros, filmes, músicas e perfis nas redes sociais, como “Alegrias da Maternidade” e “Amor só de mãe”,  para evidenciar diferentes formas de maternar a partir das experiências variadas pelos recortes de classe, raça e composição familiar.

🎧 Podcast

  • Em uma mistura de experiência pessoal com investigação, Thaís Manarini, apresentadora do podcast “Ciência Suja”, produção da Rádio Guarda-Chuva, conta, no episódio “República das cesáreas”, como o modelo de negócio que envolve os partos não tem nada a ver com o bem-estar da mãe e do bebê, em um país com um dos maiores índices de cesárea e inúmeras queixas de violência obstétrica.

🙋🏾‍♀️ Raça e gênero

  • “A revisão da Lei de Cotas só revela que o Legislativo está impregnado do racismo estrutural. Queremos uma lei que não tenha tempo, que exista enquanto necessário”, afirma Frei David Raimundo, fundador da Educação e Cidadania de Afrodescendentes (Educafro). O Maré de Notícias descreve a experiência de jovens negros que ingressaram na universidade a partir das cotas e coloca o tema em pauta. 

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