Brasis

Share this post

Os desafios do 2º turno e a onda conservadora no Senado

brasis.ajor.org.br

Os desafios do 2º turno e a onda conservadora no Senado

Uma curadoria do melhor do jornalismo digital, produzido pelas associadas à Ajor. Novos ângulos para assuntos do dia

Brasis
Oct 3, 2022
5
Share this post

Os desafios do 2º turno e a onda conservadora no Senado

brasis.ajor.org.br

🔸 Pela sexta vez seguida na História do Brasil, as eleições presidenciais vão ser decididas no segundo turno. Com 48,4% dos votos válidos, Lula saiu na frente,  mas não derrotou Bolsonaro, que teve 43,2%, no primeiro turno. O resultado que leva à rodada final, marcada para 30 de outubro, mostra a consolidação da polarização entre Lula e Bolsonaro, segundo o Metrópoles. No QG bolsonarista, já se falava numa “CPI das pesquisas”, em referência à diferença entre o resultado das urnas e os números dos institutos de pesquisa.

🔸 As próximas quatro semanas serão marcadas pela tensão, movida pelo acirramento da disputa e pelo temor de radicalização promovida por Bolsonaro e parte de seus apoiadores. O Nexo avalia os desafios das duas campanhas, reúne análises de cientistas políticos sobre os riscos de radicalização e episódios de violência até o dia 30 e lembra: o PT nunca venceu uma eleição no primeiro turno.

🔸 E Ciro Gomes? O candidato do PDT terminou as eleições com pouco mais de 3% dos votos válidos. Numa brevíssima coletiva de imprensa após o resultado, como mostra a CartaCapital, ele não se posicionou sobre quem apoiará no segundo turno: “Me deem mais algumas horas para conversar com amigos e o meu partido”, disse. Já Simone Tebet (MDB) disse que já está decidida, mas também aguarda o posicionamento de seu partido: “Não esperem de mim omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha já está tomada”.

🔸 Vai ter segundo turno também em São Paulo. Tarcísio Freitas (Republicanos) obteve 42% dos votos válidos, e Fernando Haddad (PT), 35%. As pesquisas já indicavam uma segunda rodada, mas apontavam o petista na frente. O resultado das urnas, porém, mostrou o oposto, como lembra o Portal Terra. Já no Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) venceu a disputa com 58% dos votos, enquanto seu adversário, Marcelo Freixo (PSB) teve 27%. 

🔸 Onda conservadora no Senado: ex-ministros de Bolsonaro foram eleitos senadores em mais de dez estados do país. O Jota detalha quem são alguns dos aliados bolsonaristas que venceram, como Damares Alves (PL), Marcos Pontes (PL) e Tereza Cristina (PP).

🔸 Em vídeo: no MyNews, Mara Luquet comenta o que chamou de “tsunami bolsonarista” no Congresso.

📮 Outras histórias

  • Uma imagem que ilustra a violência nas eleições: a candidata a deputada federal Duda Salabert (PDT), transexual, foi votar com colete à prova de balas, em Belo Horizonte. A assessoria da parlamentar explicou ao BHAZ que a medida foi uma exigência das forças de segurança, “tendo em vista a escalada das ameaças nos últimos dias e os monitoramentos das equipes de inteligência”. Vereadora mais votada na história de Belo Horizonte em 2020, ela vem recebendo ameaças neonazistas e transfóbicas há dois anos. Em tempo: Duda foi eleita com mais de 204 mil votos. Ela e Erika Hilton (PSOL), de São Paulo, são as primeiras mulheres trans da Câmara dos Deputados.

  • Na Maré, “caveirão” em dia de eleição. Um blindado da Polícia Militar circulou ontem no complexo de favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro. O Notícia Preta conta que moradores subiram no veículo e lançaram panfletos de cima dele. Segundo a PM, 40 mil agentes fizeram plantão em localidades que a polícia classifica como “sensíveis”. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) concentrou-se na Maré e em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Não havia blindados nas áreas nobres da cidade.

📌 Investigação

  • “Falo para vocês que a nossa agora é para cima deles, vamos fiscalizar, vamos nos colégios, vamos nos preparar.” Este é um trecho de áudio transmitido em grupos bolsonaristas que recrutaram eleitores do presidente para atuar como “fiscais” e intimidar mesários. A Agência Pública monitorou as redes bolsonaristas entre sábado e domingo das eleições.

  • Faltavam menos de 24 horas para as eleições, e os tuítes mais virais publicados por perfis de direita e extrema-direita eram de ataques ao Judiciário. O Aos Fatos e o Núcleo Jornalismo analisaram os 50 tuítes com mais interações desses perfis e mostram que os conteúdos de apoio explícito à reeleição de Bolsonaro ficaram em segundo plano. 

📋 Checagem

  • Lula venceu as eleições na Nova Zelândia e na Austrália. No entanto, logo nas primeiras horas de ontem, começaram a circular peças de desinformação anunciando vitória de Bolsonaro. A Agência Lupa explica que as imagens divulgadas eram manipuladas ou conteúdos antigos, de 2018.

🍂 Meio ambiente

  • Se governadores ruralistas e defensores da mineração foram reeleitos no primeiro turno na Amazônia Legal, candidaturas emblemáticas e inéditas em prol do meio ambiente e dos direitos humanos também saíram vencedoras. As lideranças indígenas Sônia Guajajara (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (Rede-MG) ocuparão duas cadeiras na Câmara dos Deputados, em Brasília, pelos próximos quatro anos. A Amazônia Real mostra como foram os resultados nos estados do bioma e a vitória de mulheres indígenas para o Congresso.

  • Em quase metade dos casos, as áreas desmatadas não se tornam produtivas, como mostra um estudo da revista Science. O Amazônia Latitude analisa a publicação e mostra que a relação entre desmatamento e produtividade é um argumento comumente utilizado pelo agronegócio para justificar a destruição das florestas e se reflete inclusive no Projeto de Lei (PL) 337/2022 que propõe a retirada do estado do Mato Grosso da região considerada como Amazônia Legal.

📙 Cultura

  • A mudança do comportamento político e o desgaste da democracia brasileira nos últimos anos são o tema do livro “Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro”, de Marcos Nobre, que passa por desfazer soluções simples sobre a crise política. A revista Quatro Cinco Um resenhou a obra que aborda o conceito de peemedebismo e a ideia institucionalista de democracia.

  • Com uma história que começa nas manifestações de junho de 2013 e se conclui na posse presidencial do dia 1º de janeiro de 2023, a fotojornalista Gabriela Biló reúne em livro imagens, notícias e memes, organizados pelo artista visual Pedro Inoue, para registrar uma década da conturbada crise política brasileira, que passa pelo impeachment de Dilma Rousseff e pela eleição de Bolsonaro em 2018. O Jornal Plural detalha a experiência única da obra “A Verdade Vos Libertará”.

🎧 Podcast

  • O assédio institucional se tornou um método do governo Bolsonaro para destruir políticas públicas e acelerar processos de “desdemocratização” do Estado. Para explicar esse conceito e seus impactos, o Guilhotina, podcast do Le Monde Diplomatique Brasil, recebe o economista José Celso Cardoso Jr. e a antropóloga Monique Florencio de Aguiar, dois dos organizadores do livro “Assédio institucional no Brasil: avanço do autoritarismo e desconstrução do Estado”.

✊🏽 Direitos humanos

  • No mesmo dia em que foi disputada uma eleição acirrada – 2 de outubro –, completou-se 30 anos do Massacre do Carandiru, maior chacina do sistema prisional brasileiro. O Alma Preta entrevista um sobrevivente do episódio para discutir abolicionismo penal, uma vez que o país tem a terceira maior população carcerária do mundo – sendo que a cada três pessoas presas, duas são negras, segundo dados de 2019 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A Ponte reconstrói fatos do massacre também a partir da visão de sobreviventes e traz informações sobre a indenização dos familiares das vítimas, além da atuação dos policiais durante e depois do episódio.

Obrigada por ler a Brasis. Gostou do conteúdo? Assine e compartilhe.

Share this post

Os desafios do 2º turno e a onda conservadora no Senado

brasis.ajor.org.br
Comments
TopNewCommunity

No posts

Ready for more?

© 2023 Brasis
Privacy ∙ Terms ∙ Collection notice
Start WritingGet the app
Substack is the home for great writing