As conquistas de Rebeca Andrade e a extinção global dos anfíbios

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🔸 Em meio aos confrontos entre o Exército de Israel e os guerrilheiros do Hamas, um grupo de mais de cem brasileiros, em excursão religiosa pela região, aguarda resgate do governo federal. Segundo o Metrópoles, seis aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) devem ser enviados a Israel. Em dois dias de guerra, mais de mil pessoas morreram. No Intercept Brasil, Andrew Fishman lista 11 distorções sobre a Faixa de Gaza e o Hamas repetidas “para legitimar a violência israelense e atacar a resistência palestina à colonização”. Entre elas, a ideia de que Israel é uma “democracia ocidental”. “Os 5 milhões de palestinos que estão sob ocupação israelense não têm direito a voto. Se todos que estivessem sujeitos à autoridade israelense tivessem o direito de votar, a maioria seria palestina e a política israelense seria totalmente diferente”, afirma.  

🔸 Aos 24 anos, Rebeca Andrade subiu cinco vezes ao pódio no Campeonato Mundial de Ginástica na Antuérpia, na Bélgica. Tornou-se a 11ª ginasta da história a ter pódios em todas as provas em um mundial, informa o Notícia Preta. Só ontem foram duas medalhas – uma de bronze na trave e uma de prata no solo. Antes, no sábado, ao receber a prata no individual geral, ela formou, ao lado de Simone Biles e Shilese Jones, um pódio histórico, composto por três mulheres negras. Ao todo, Rebeca acumula nove conquistas em campeonatos mundiais. 

🔸 Recorde na lista suja do trabalho escravo: foram adicionados 204 novos nomes, maior número de entradas de pessoas físicas e jurídicas já registrado na base de dados criada em novembro de 2003. Com a atualização do cadastro, o país contabiliza 473 empregadores responsabilizados por mão de obra análoga à de escravo. A Repórter Brasil apresenta a lista completa, que passa a incluir de empresas como a Cervejaria Kaiser, do grupo Heineken, a restaurantes de comida japonesa na cidade de São Paulo. No caso da primeira, a atuação ocorreu depois de inspeção numa transportadora que prestava serviço para a companhia de bebidas. Lá, foram resgatados 23 motoristas haitianos e venezuelanos em condições de trabalho análogas à escravidão. A lista também inclui 13 empregadores envolvidos com garimpos ilegais, além de cinco fornecedores de gado da JBS.

🔸 Como a disputa entre grupos armados no Rio de Janeiro se conecta à execução de três médicos num quiosque na Barra da Tijuca na semana passada? “Não tem nenhuma coincidência trágica, não tem nenhum acaso. Ali é um território em disputa por grupos armados, e o Estado convive há muito tempo com esses grupos, obtendo deles inúmeros benefícios: é grana, é suborno, é controle territorial, é obtenção de votações”, explica o sociólogo José Cláudio Souza Alves, em entrevista ao Nexo. Ele lembra que o Rio passa por um “rearranjo” de forças no universo do crime desde a execução do miliciano Wellington Braga da Silva, conhecido como Ecko, em 2021.

📮 Outras histórias

• O “Nordeste na avenida Brasil”. Quase 26% dos moradores do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, são nordestinos. Destes, 10,5% são paraibanos. Ontem, no Dia do Nordestino, o Maré de Notícias lembrou os dados populacionais do Censo Maré, de 2013, e contou a história da professora Aline Alcântara, de 39 anos, natural de Cajá, distrito de Caldas Brandão, localizado às margens da BR-230, na Paraíba. Ela migrou para o Rio com o companheiro e o filho. Hoje, vende tapioca na porta de casa, na Nova Maré, uma das 16 comunidades que compreendem o complexo. 

📌 Investigação

• Laudo técnico da Polícia Federal coloca em xeque a versão oficial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre a chacina que ocorreu na zona rural de Varginha (MG), em 31 de outubro de 2021. O episódio, que terminou com 26 mortos, é tido como a maior chacina protagonizada por agentes da PRF durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A Agência Pública obteve acesso com exclusividade ao laudo, produzido por 20 peritos criminais, que aponta “cenário caótico” com “adulterações” que causaram “prejuízos à interpretação dos fatos”. O documento levanta dúvidas sobre a “intensa troca de tiros”: segundo o exame pericial, em uma das chácaras onde houve a chacina, os policiais dispararam pelo menos 216 tiros, contra oito dos suspeitos de integrar a quadrilha de roubos a bancos na mira dos agentes.

🍂 Meio ambiente

• A crise climática tem colocado sapos, salamandras e cecílias entre os animais mais ameaçados em nível global e pode exterminar grande parte das espécies de anfíbios nas próximas décadas. É o que mostra artigo publicado na revista científica “Nature”. Segundo O Eco, o trabalho atualiza a primeira avaliação mundial sobre a situação desses animais, de 2004, e aponta que 41% das espécies avaliadas enfrentam riscos de extinção, de diferentes níveis. É o maior índice quando comparado aos mamíferos (26,5%), répteis (21,4%) e aves (12,9%).  

• Em áudio: créditos de carbono realmente podem mitigar as mudanças climáticas? Ana Carolina Avzaradel Szklo, diretora técnica da ONG Voluntary Carbon Markets Integrity Initiative, busca responder a pergunta no novo episódio do “Economia do Futuro”, produção da Rádio Guarda-Chuva. A ONG lançou recentemente um código de conduta para os compradores desses créditos. Entre as recomendações, está a de que empresas parem, pelo menos por enquanto, de usá-los para compensar as suas emissões. O mercado de carbono está longe de ser um consenso, principalmente pela dificuldade de garantir sua integridade, como explica Ana Carolina.

📙 Cultura

• Com o objetivo de propor e implantar políticas de acessibilidade em editais do Ministério da Cultura, a Fundação Nacional das Artes (Funarte) criou um grupo de trabalho voltado para artistas e trabalhadores da cultura com deficiência. O Nonada explica que uma das tarefas do GT será produzir um mapeamento dessa comunidade no setor. “Você não promove política pública para aquilo que não se conhece, para aquilo que não se sabe, para aquilo que não se reconhece como parte fundamental”, afirmou a presidente da Funarte, Maria Marighella. 

• Vinte e oito filmes nacionais e internacionais com temática LGBTQIA+ vão concorrer ao Prêmio Félix, que faz parte da 24ª edição do Festival do Rio, um dos maiores festivais de cinema da América Latina. A Agência Diadorim lista quais são as produções, entre curtas e longas, que estão na lista e lembra que a premiação, voltada à diversidade sexual, está em sua oitava edição. O nome do prêmio é uma homenagem ao personagem Félix, interpretado pelo ator Mateus Solano, na novela “Amor à Vida”.

🎧 Podcast

• Para entender a ideia de justiça reprodutiva, é preciso abordar as desigualdades sociais e de gênero que permeiam a vida de mulheres cis e pessoas trans, inclusive na negação do acesso à informação. O “Cena Rápida”, produção do Desenrola e Não Me Enrola, conversa com Alice Amorim, estudante de serviço social e educadora do Grupo Curumim, e Shisleni de Oliveira, cientista social, com mestrado em Estudos Feministas e de Gênero, para entender com justiça social e de gênero são os pilares da justiça reprodutiva, pensando na inclusão de corpos de diversas comunidades e etnias.

👩🏾‍🏫 Educação

• “Uma das perspectivas de educação afrocentrada é trazer de volta para o universo do conhecimento a história da humanidade completa”, afirma a historiadora Viviane Morais, cofundadora da Afrofile, plataforma de conteúdo e ensino sobre o tema. O Terra traz uma série audiovisual sobre a educação afrocentrada e, no primeiro episódio, mergulha na Lei 10.639 de 2003, que estabelece o ensino da história e da cultura afro-brasileiras nas escolas, o que ela prevê, sua atuação situação e os desafios para aplicá-la.