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O candidato padre e o direito de resposta no último debate antes das eleições

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O candidato padre e o direito de resposta no último debate antes das eleições

Uma curadoria do melhor do jornalismo digital, produzido pelas associadas à Ajor. Novos ângulos para assuntos do dia

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Sep 30, 2022
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O candidato padre e o direito de resposta no último debate antes das eleições

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🔸 Um duelo de pedidos de resposta, o candidato padre, mentiras e bate-boca. O último debate entre os candidatos à Presidência, exibido ontem, na TV Globo, começou quente, ficou tumultuado e acabou morno. O Portal Terra conta que, no primeiro bloco, Lula (PT) e Bolsonaro (PL) entraram em confronto pedindo seguidos direitos de resposta. Ambos, no entanto, não fizeram perguntas diretamente um ao outro. Em seguida, foi a vez de Padre Kelmon (PTB) criar tumulto e cair até em bate-boca com Lula, que o chamou de “candidato laranja” e “impostor”, algo que, segundo o Metrópoles, será usado pela campanha de Bolsonaro para tentar desgastar a imagem do petista com o eleitorado cristão. Simone Tebet (MDB), por sua vez, apontou “falta de coragem” de Bolsonaro ao fazer a ela pergunta que se referia a Lula. Ciro Gomes, por fim, começou gaguejando e terminou apagado. O Nexo analisa a performance de cada um ao longo do debate e lembra que, horas antes do encontro dos candidatos, o Datafolha divulgou sua pesquisa, que segue indicando estabilidade: Lula tem 50% dos votos válidos, e Bolsonaro, 36%.

🔸 “O senhor é um padre de festa junina.” A afirmação de Soraya Thronicke (União Brasil) deu a ela o posto de frasista da noite. Referia-se a Padre Kelmon, a quem chamou de “Padre Kelson”, “Padre Kelvin” e, por fim, “candidato padre”. Também perguntou a ele se “não tinha medo de ir para o inferno”, como lembra a CartaCapital. Fato é que o candidato padre conturbou o debate e interrompeu seus interlocutores – menos Bolsonaro, a quem serviu como linha de apoio. 

🔸 Depois de lançar um relatório em que questiona a segurança das urnas, o PL, partido de Bolsonaro, terá de prestar informações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o Metrópoles, a Corte deu 24 horas para o presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, explicar a destinação de recursos do Fundo Partidário ao Instituto Voto Legal, que recebeu R$ 225 mil para produzir o relatório. O texto foi classificado pelo TSE como uma tentativa de tumultuar o pleito no domingo.

🔸 O que é boca de urna? Vai ter Lei Seca nas eleições? Pode votar com camiseta de candidato? O Jota explica ponto a ponto o que pode e o que não pode no domingo de votação.

🔸 O poder do voto feminino. O Datafolha indica que, entre as mulheres, há 19% indecisas quanto ao voto para presidente. Entre os homens, os indecisos são 9%. As mulheres são a maioria da população (52,6%). Mas, para além da matemática, é a forma como elas votam que pode ser decisiva nas eleições. O Meio conversou com cientistas políticas para analisar como a mulher brasileira vai às urnas.

📋 Checagem

  • Bolsonaro começou o debate mentindo, ao dizer que, no Bolsa Família, criado por seu adversário petista, os beneficiários perdiam o direito ao auxílio assim que conseguiam emprego. Aos Fatos e Lupa fizeram a checagem das falas dos candidatos no debate na Globo.

📮 Outras histórias

  • A violência das milícias. Entre 2006 e 2021, a taxa de homicídios em bairros dominados pelas milícias foi de 218,3 mortos a cada cem mil habitantes. Já em bairros onde o tráfico domina, a taxa ficou em 210,5. Ou seja, não existe um mal menor, e o método de atuação dos milicianos não deixa as regiões mais seguras. A conclusão é de um levantamento inédito feito a partir do cruzamento de dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) com o Mapa Histórico dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, produzido pelo Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense). 

  • Em vídeo: as ofensas verbais de Bolsonaro a jornalistas (em especial, mulheres) parecem seguir inspirando ataques pelo Brasil. No Amazonas, no debate do SBT com candidatos a governador, Eduardo Braga (MDB) agrediu a jornalista Márcia Dantas, da afiliada do canal em Brasília. O Congresso em Foco mostra que Braga pediu aos gritos que ela lhe desse direito de resposta a outro candidato. “O senhor está gritando comigo porque eu sou mulher? O senhor me respeite!”, disse a jornalista. 

📌 Investigação

  • Empresários do setor da alimentação, como Rubens Ometto, da Cosan, Abílio Diniz, do Carrefour, Ricardo Faria, da Granja Faria, e Junior Durski, do Madero, estão entre os grandes doadores de campanhas eleitorais, em grande parte, da direita. O Joio e O Trigo aponta que Rubens Ometto, que tem negócios no ramo do açúcar, etanol, logística e gás encanado, já distribuiu R$ 8,8 milhões neste pleito. Entre os beneficiários, estão ex-ministros de Bolsonaro.

🍂 Meio ambiente

  • Priorizar os interesses do agronegócio dá dinheiro. Nos últimos quatro anos, os 20 deputados que mais votaram contra o meio ambiente e povos tradicionais declararam um crescimento patrimonial sete vezes maior que aquele dos 20 mais favoráveis à agenda socioambiental. Apenas na atual legislatura, esses parlamentares ruralistas viram seus bens aumentarem R$ 10,6 milhões, segundo os dados da Justiça Eleitoral. A Repórter Brasil detalha quem são os que mais enriqueceram e os valores.

  • Na Bahia, a proteção do Cerrado em pauta. O Eco analisa como o meio ambiente está mencionado nos planos de governo dos candidatos a governador. Para o Cerrado baiano, vítima do impacto crescente do agronegócio nos últimos 40 anos, apenas Jerônimo (PT) e Kleber (Psol) têm propostas com potencial para conter a degradação. Dos dois, apenas o petista tem possibilidade de se eleger, já que segundo as pesquisas é provável um segundo turno entre ele e ACM Neto (União Brasil). O fantasma de Jerônimo é a herança que seus antecessores de partido – Jacques Wagner e Rui Costa – deixaram ao não combater os problemas socioambientais.

📙 Cultura

  • Primeira universidade brasileira fechada pela ditadura militar, a Universidade de Brasília (UnB) nunca mais foi a mesma desde a intervenção do regime. Inspirado em suas memórias afetivas, o cineasta e fotógrafo Jorge Bodanzky produziu o documentário “Utopia Distopia”, que narra a história de uma instituição inovadora proposta pelos educadores Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro e destruída pelos militares, como conta a Ponte Jornalismo.

  • Estímulo ao Plano Nacional do Livro e da Leitura, preservação da imunidade tributária do livro e apoio a projetos de lei que fortaleçam o livro e a leitura são algumas das reivindicações da carta aberta da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais, da Câmara Brasileira do Livro e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros aos presidenciáveis. O Nonada lista as principais demandas do setor presentes no documento.

🎧 Podcast

  • A ciência é imprescindível para explicar os mecanismos da emergência climática e para apontar caminhos para o futuro. Para falar sobre isso, o jornalista Bernardo Esteves foi a Campinas, onde visitou o Sirius, o equipamento mais caro e mais sofisticado que a ciência brasileira já teve. Lá, um experimento usa o acelerador de partículas para ajudar a desvendar a física da atmosfera por trás do aquecimento global. Ele narra essa história no episódio final da segunda temporada do podcast A Terra é Redonda (Mesmo), da revista piauí, com produção da Trovão Mídia.

🚨 Eleições em tempo real

  • A partir das 17h, no domingo, tem início a apuração dos votos – e a cobertura em tempo real por veículos associados à Ajor. Aos Fatos, Agência Pública e Núcleo Jornalismo vão unir forças num monitoramento conjunto sobre desinformação em redes sociais. Uma equipe ficará focada apenas na investigação de desinformação e disseminação de discursos de ódio. Também há um esforço da Pública para investigar violência nas eleições, com um formulário para denúncias no próprio site da agência.

  • No MyNews, as jornalistas Cristina Fibe e Mara Luquet recebem convidados numa live a partir das 17h para discutir os resultados do pleito. O Meio também vai de live no mesmo horário. Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge, Flávia Tavares e Christian Lynch comentam ao vivo os resultados no canal do Meio no Youtube. O Portal Boca no Trombone fará a cobertura ao longo de todo dia, com lives, boletins especiais, entrevistas e análises.

  • A propósito: no site da Ajor, Tainah Ramos conversa com associadas e conta como o jornalismo digital local vai acompanhar a apuração dos votos.

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