Os brasileiros que moram de aluguel e o aumento do semiárido

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🔸 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou ontem a lei de proteção à criança e ao adolescente contra a violência dentro do ambiente escolar. A nova legislação estabeleceu a tipificação dos crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal. A primeira prática tem o pagamento de multa como pena. Já o cyberbullying recebe um tratamento mais rigoroso, com pena de dois a quatro anos de reclusão. Segundo o Congresso em Foco, o artigo que trata dessa conduta se aplica não apenas às redes sociais e plataformas digitais, mas também a jogos online.

🔸 Em áudio: as consequências das tempestades no Rio de Janeiro, que deixou 12 mortos, podem ser enquadradas como caso de racismo ambiental e climático, conceito que explica por que os piores eventos naturais atingem principalmente locais onde a maioria da população é negra e indígena. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi atacada por opositores nas redes sociais por utilizar o termo. O “Durma com Essa”, podcast do Nexo, resgata as origens do conceito de racismo e injustiça ambiental e explica como ele se conecta aos efeitos das chuvas na capital fluminense.

🔸 Cresce o número de brasileiros que moram de aluguel. Eram 17% da população em 2016, hoje são 20%. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a casa própria é mais comum entre os pobres do que entre os ricos – entre os primeiros, 18,3% pagavam aluguel em 2022, enquanto, entre os segundos, a proporção era de 21%. As condições de posse, no entanto, são distintas. Entre aqueles com menor renda, 18% dos que possuem imóveis não têm documento atestando a compra e uma parte considerável dessa população vive em áreas precárias. A revista piauí traça um raio-X da casa própria no país. A cidade de São Paulo se destaca como local em que os locatários comprometem 30% ou mais de suas rendas para pagar o aluguel.

🔸 Feminino, solteiro, entre 45 e 59 anos. Esse é o perfil do eleitorado brasileiro que vai às urnas nas eleições municipais deste ano. A Agência Lupa apurou os dados mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – atualizados em 2 de janeiro – e traçou uma comparação com as informações desde 2012. Se fosse hoje, o pleito mobilizaria 152,4 milhões de brasileiros, dos quais 52,6% são do sexo feminino, cerca de 8 milhões de votos a mais do que do sexo masculino. Solteiros representam 59,4% do eleitorado – o número inclui pessoas em união estável. Quanto à idade, os dados mostram uma pirâmide etária envelhecida, em que a base de jovens mais estreita indica redução no número de novos eleitores.

📮 Outras histórias

• No coração da Maré, conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro, Beatriz Taxa, a Bia, moradora do Parque União, resiste como uma mulher trans de 67 anos em um país cuja expectativa de vida média das pessoas trans é de aproximadamente 35 anos. O Maré de Notícias traz a trajetória de Bia, que migrou do Maranhão para o Rio, enfrentou a transfobia em diversas áreas da vida e se tornou símbolo de resiliência e esperança para pessoas trans na terceira idade.

📌 Investigação

• Anúncios no Facebook e no Instagram que divulgavam falsos auxílios financeiros ou programas de renegociação de dívidas renderam mais de R$ 3,8 milhões para a Meta, dona dessas plataformas, nos últimos três meses. O valor representa 11,5% da receita declarada pela empresa com anúncios sobre “temas sociais, eleições ou política” no período (R$ 32,6 milhões). O Aos Fatos analisou as cem principais contas que anunciaram nessa categoria entre 9 de outubro de 2023 e 9 de janeiro de 2024. Dez delas foram responsáveis por impulsionar posts com links para sites e páginas falsas, que imitavam portais de notícias e canais oficiais a fim de enganar usuários.

🍂 Meio ambiente

• O governo se prepara para mudar o mapa do semiárido, a partir de análises técnicas dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Ciência, Tecnologia e Inovação. A região onde chove menos de 800mm por ano e tem 60% a mais de risco de seca aumentou sua área territorial de 569,4 mil km² para 796 mil km². Devido à expansão do semiárido, a área subúmida seca apresentou uma redução, passando de 365 mil km², em 1960, para 329 mil km², em 2020. A Marco Zero detalha os dados históricos do clima que abrange o Nordeste, com exceção do Maranhão, e o norte de Minas Gerais, e explica o aumento da aridez no país como consequência das mudanças climáticas.

📙 Cultura

• Em vídeo: jovens dos coletivos Prelúdio, Mangueio Filmes e Deliricamente se uniram para fundar o movimento “Arte, Guerrilha e Conhecimento” no município de Caieiras, na Grande São Paulo. A Agência Mural conta que o grupo tem atuado em praças, ruas e escolas com diversas linguagens artísticas, como dança, cinema, poesia, música e fotografia, e carrega elementos do hip hop, como batalhas de rimas e saraus. “A união dos três coletivos veio com a intenção de propagar a arte no território e trazer um impacto de transformação mesmo, incentivando o movimento artístico independente e periférico da cidade”, afirma Muka, b-boy produtor cultural e videomaker.

🎧 Podcast

• Uma leitura da obra de William Shakespeare a partir das personagens femininas, de Julieta à Ofélia. Com anos de pesquisa sobre literatura de língua inglesa, a escritora Nara Vidal lançou o livro “Shakespearianas: As mulheres em Shakespeare”, em que reúne ensaios que analisam e resgatam quinze personagens femininas, protagonistas e coadjuvantes, da obra do dramaturgo. No “451 Mhz”, produção da Quatro Cinco Um, Vidal comenta a complexidade e as nuances narrativas dessas figuras, que fogem aos padrões esperados para mulheres da época.

🧑🏽‍🏫 Educação

• Por meio de 47 grupos no WhatsApp, bolsonaristas fazem força-tarefa para levar pautas conservadoras e de extrema direita, como o homeschooling e o Escola Sem Partido, à Conferência Nacional de Educação (Conae), que acontece em Brasília no final do mês. Uma das principais estratégias é “denunciar a ditadura educacional do texto referência” do Plano Nacional de Educação. O The Intercept Brasil destaca que, apesar do engajamento de centenas de militantes bolsonaristas por meio do WhatsApp, esse esforço não tem sido divulgado em redes sociais abertas – o que demonstra que a incidência na Conae pode pegar desprevenidos o governo Lula e os participantes da conferência.