As armas, os atos e a fauna nas eleições 2022
Uma curadoria do melhor do jornalismo digital, produzido pelas associadas à Ajor. Novos ângulos para assuntos do dia
🔸 Às vésperas do 7 de Setembro e a menos de 30 dias das eleições, o ministro Edson Fachin concedeu ontem liminares em três ações do Supremo Tribunal Federal para suspender decretos e portarias que ampliaram o acesso ao porte de armas de fogo e munições. “O início da campanha eleitoral exaspera o risco de violência política”, escreveu o ministro. A Carta Capital explica que as três ações, ajuizadas por partidos políticos de oposição (PSB e PT), estavam paradas desde abril do ano passado, depois de pedido de vista do ministro Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro.
🔸 As diferenças dos atos de amanhã e os de 2021: saem as ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, entram os ataques contra Lula, as críticas às ações dos governadores na pandemia são substituídas por elogios ao governo federal. Para chegar a essa análise, a Agência Pública investigou postagens relacionadas aos atos com maior engajamento no Facebook no período de agosto e setembro dos dois anos.
🔸 Em vídeo: no programa Segunda Chamada, do Canal MyNews, jornalistas discutem o que está por vir nos atos do 7 de Setembro, além do jejum convocado por Michelle Bolsonaro e o rechaço à nova Constituição no Chile.
🔸 Os votos dos adolescentes podem ser decisivos nestas eleições. São mais de 2,1 milhões de jovens entre 16 e 17 anos aptos a votar, uma marca histórica segundo a Justiça Eleitoral. No primeiro de uma série de textos sobre por que a política pode sair melhor da votação de 2022, o Nexo se volta para os jovens para entender como eles encaram a política e por que se engajaram neste pleito.
🔸 Falando em voto… As eleições de 2022 podem ter a menor taxa de nulos e em branco desde 1994. A um mês do primeiro turno, apenas 4% dos eleitores decidiram pelo voto nulo ou em branco, segundo o Datafolha – em 2018, a taxa era de 15%. O Metrópoles comparou o percentual nas pesquisas das últimas sete eleições.
📮 Outras histórias
Trabalho escravo e uma chacina por perto. Candidato de Bolsonaro para o governo de Minas Gerais, o senador Carlos Viana (PL) recebeu uma doação para sua campanha no valor de R$ 100 mil. O doador em questão é o fazendeiro Celso Mânica, irmão de Antério e Norberto Mânica, condenados pela chacina de Unaí, em que quatro servidores públicos foram assassinados. A Repórter Brasil mostra que, embora não tenha ligação direta com o episódio, Celso já foi condenado por submeter trabalhadores a situação análoga à escravidão.
📌 Investigação
O investimento político dos destruidores da Amazônia. Na eleição passada, 19 dos 27 governadores eleitos em todo o país contaram com doações para suas campanhas realizadas por pessoas físicas e sócios de empresas multadas pelo Ibama. Entre os parlamentares, o senador bolsonarista Luis Carlos Heinze foi o maior beneficiado na bancada ruralista por doadores ligados a crimes ambientais. A Agência Pública revela que, ao todo, 422 candidatos que disputaram o pleito em 2018 receberam verbas dessas pessoas que, juntas, somam R$ 660 milhões em infrações na Amazônia.
📋 Checagem
O que se sabe e o que é falso no atentado contra Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina. Na semana passada, um homem (brasileiro) direcionou uma arma ao rosto dela, mas não disparou. Com a equipe do Chequeado, plataforma parceira na Argentina, a Lupa faz um ponto a ponto do caso – só com informações checadas, é claro.
🍂 Meio ambiente
Eleição decisiva para a Amazônia. A política ambiental aplicada na região na próxima gestão definirá se a floresta vai passar o “ponto de inflexão”, isto é, não ter mais chances de se recuperar ou se o caminho será sua preservação e regeneração. Estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) aponta que houve uma mudança no perfil do desmatamento: entre 2019 e 2021, 51% ocorreu em terras públicas, em que grande parte da destinação após a destruição foi para a pecuária. O Jota explica como as eleições brasileiras podem decidir o futuro da Amazônia e, ao fim, de todo o mundo.
E a fauna silvestre? Propostas voltadas para os animais silvestres raramente estão entre os critérios dos eleitores e quase não aparecem nos planos de governo. Pensando nos problemas como combate ao tráfico de animais, caça, atropelamentos e perda de habitats, o Fauna News lançou um site para a campanha #VotePorMim, em que os cidadãos podem pesquisar o que os candidatos à Presidência e os mais bem classificados candidatos aos governos dos estados e do Distrito Federal estão propondo para a gestão e a preservação das espécies.
📙 Cultura
Minas vai ao Oscar. “O cinema de Belo Horizonte, de Contagem, de Minas, é um cinema forte e que está marcando sua presença no mundo”, disse Gabriel Martins, diretor do longa-metragem “Marte Um”, que vai representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar. O BHAZ fala sobre o filme, produzido em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
“Independência ou morte!” Será? A tela de Pedro Américo em que D. Pedro I aparece em seu cavalo branco às margens do Rio Ipiranga e brada o grito da Independência do Brasil está presente no imaginário popular, mas, desde a década de 40, historiadores questionam a veracidade da imagem heróica construída pela narrativa oficial. A revista Quatro Cinco Um mergulha na disputa da memória envolvendo o grito que talvez nem tenha, de fato, acontecido.
🎧 Podcast
O mercado de tecnologia da China é tema do mais recente episódio do Guia Prático, podcast do Manual do Usuário. Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin conversam com dois especialistas no assunto, Júlia Rosa e Mariana Marcondes, da newsletter Shūmiàn.
👩🏽💻 Tecnologia
Ver para apostar. A enorme publicidade nas redes sociais tem atraído cada vez mais brasileiros para o mundo das apostas esportivas de casas presentes no país – quer dizer, quase presentes. Como as hospedagens dos sites ficam no exterior, o dinheiro colocado por brasileiros, ao fim, não fica por aqui. Em 2018, a Lei 13.756 liberou que as casas de apostas pudessem fazer propaganda de seus negócios, mas afirmava que o governo teria quatro anos para elaborar a regulamentação, o que ainda não aconteceu. Reportagem do Núcleo Jornalismo explica como esse mercado funciona.